ESCRAVO DA GRANA
(LEANDRO FREGONESI / Carlos Ferreira / Vinicius Ferreira)
Por qualquer dinheiro
Você abre mão dos ideais que defendia
Por qualquer moeda
Sua opinião perde a razão, que covardia
Simplicidade ficou no
passado
No tempo do pouco no
prato
Foi embora a sabedoria
Filosofia familiar tá
fora de moda pra você usar
Prefere a elite, a
origem omite ao se apresentar
Ser ou não ser,
dinheiro e poder
Eis a questão
Quanto mais tira os
pés do chão
A raiz apodrece
Parece uma outra
pessoa
Que veio de outro
lugar
Não lembra de
agradecer
Mas a gente perdoa
O poder compra
posição
Mas não compra
respeito
Quer moral mas não
tem o direito
Vendeu a consideração
Esqueceu do passado
Ficou escravo da
grana
Hoje tem condição de
bacana
Mas seu conceito não
vale um centavo
...
A história dessa música:
Tudo começou assim, lendo este dito indígena:
"Somente depois que a última árvore for cortada
Somente depois que o último rio for envenenado
Somente depois que o último peixe for pescado
Somente então descobrirás que não se pode comer o dinheiro".
(Profecia dos Índios Cree)
Semanas depois, nos bastidores da gravação do DVD do Dudu Nobre, na Cidade do Samba, me encontro com o Mestre Monarco, que me dá a honra de uma conversa de horas. Em vários momentos de sua fala, sempre cheia de informações históricas, ele volta ao mesmo ponto: "antigamente o sambista não fazia samba pelo dinheiro".
E este tema "dinheiro", que já estava na minha cabeça, desceu em forma de refrão.
Neste mesmo dia, encontrei com os amigos Carlos e Vinícius Ferreira. Eu já tava indo embora, já era tarde, mas não resisti à uma série de saideiras. Então, veio a deixa: "Pô, Fregonesi, quando é que a gente vai compor juntos?". Eu disse: "Hoje! Olha aqui o refrão que acabei de fazer."
Cantei o refrão e eles levaram para terminar. Dias depois, o samba estava pronto. Gostei!
Alguns pequenos ajustes e já foi! Mais um pra conta e parceria nova!
Boa audição!
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