quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TUDO IGUAL?



TUDO IGUAL
(Leandro Fregonesi)

Todo mundo veste roupa igual
Todo mundo quer o corpo igual
Todo mundo sonha ser igual as coisas da TV
A mulher quer um cabelo igual
E o cara quer sapato igual
Vai ficando tudo igual
Sem a gente perceber

Na revista, todo mundo igual
No jornal também é tudo igual
E na rádio o que faz sucesso hoje é tudo igual
É como se fosse a receita da felicidade
É como se houvesse um projeto de humanidade
Mas pra se ter igualdade, não precisa ser igual

Se você não curte funk, você pode ouvir Chopin
Se não gosta de pagode, você ouve Adoniran
E, se a moda te incomoda, você muda de estação
Se não gosta do meu samba, basta apertar o botão
Hoje ninguém é fantoche, hoje existe opção
E a decisão exige ter cabeça e coração
Você pode ler um livro, ao invés de ver jornal
Mas também tem o direito de querer ser tudo igual

E quando você pesquisar os arquivos da História
Vai ver quanta gente morreu e ficou na memória
Na ânsia cruel de fazer a raça humana ser igual
Fogueiras e guerras e balas marcaram o povo
É isso que a gente não pode repetir de novo

Respeito, amor, tolerância e fraternidade
São coisas que não têm idade pra se praticar
Legal não é ser tudo igual, mas é ver a beleza de ser diferente
Se a gente não cuidar da gente, ninguém vai cuidar

terça-feira, 12 de março de 2013

ENTRE VOCÊ E EU



ENTRE VOCÊ E EU
(Leandro Fregonesi)

Entre você e eu não vai ter trégua
Entre você e eu vai ter vinte mil léguas
Entre você e eu, ninguém se entende
Nós dois falamos idiomas diferentes

Entre você e eu não tem mais graça
Você é pedra e eu sempre sou sua vidraça
Mas acabou a brincadeira, pode acreditar
Porque eu não vou mais bater palma pra você dançar

Você foi tão banal, você desmereceu
E agora quer cuspir no prato que comeu

Entre você e eu, sinceridade
Aconteceu um choque de realidade
Entre você e eu não tem futuro
Caiu a ponte e a gente fez um muro
Entre você e eu, a diferença
É que depois de toda nossa desavença
Você tem toda a liberdade, faz o que quiser
Mas vai usar sua espingarda pra furar seu pé

Vai despencar do altar, fazer um chororô
E você vai quebrar o berço que te embalou

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

LIBERDADE AFINAL






LIBERDADE AFINAL
Leandro Fregonesi / Helena Pinheiro

Rabisquei na palma da mão
Uma linha do coração
E uma nova linha da vida
Eu me libertei desse amor
Não vou dar guarida pra dor
Vai cicatrizar a ferida
A cigana leu e falou
O futuro é promissor
E sem risco de recaída
É um bom momento
Meu pressentimento
É que a vida vai ser bonita

Eu vou pra rua festejar
Aproveitar liberdade afinal
E vou fazer um imenso carnaval
Chega do dor e de mágoa
Chega de água no olhar
Eu só quero ser feliz enfim
Nesse destino que agora tracei pra mim

...


Eu e Helena fizemos este samba pelo telefone. Tudo porque ela me mostrou um samba dela chamado "Desenlouqueci" que, tamanha nossa afinidade, eu fiz uma segunda (para o Desenlouqueci) e ela aceitou.

Mas o tal "Desenlouqueci" abriu a minha inspiração para este samba aqui. Veio no embalo.

Então'bora!

Eu no Rio, ela em Brasília. Celular na mão. Uma arma. Foi tiro certo!

Ajusta daqui, ajusta de lá... Eis o samba!

Concorre como um dos meus preferidos da nossa parceria.

Boa audição!