Em homenagem a este dia bonito e a todos aqueles que fazem Samba, deixo aqui uma das minhas filhotas mais recentes...
TUDO QUE A MINHA CANETA ESCREVE
(Leandro Fregonesi)
Ai...
Meu samba que não cai no chão por nada
Chegou e levantou a batucada
Meu verso carregado de axé
É...
Tem força, tem magia, tem beleza
E até naquelas horas de tristeza
Meu samba é o que me faz ficar de pé
E a roda se inflama
No bambolear das cadeiras
Daquela cabrocha que é muito maneira
Nossa brincadeira fica bem melhor
Bem melhor quando eu canto Salgueiro, Portela e Mangueira
Um verso que vem lá da Tamarineira
Me lembra o Quilombo do mestre Candeia
Clareia a lua no céu
Nas cordas de um gênio chamado Noel
Sinhô, Pixinguinha, Ismael e Chiquinha Gonzaga
Nogueira, Pinheiro, Dona Ivone Lara
São bambas pra quem eu tiro o meu chapéu
Com Zeca, Martinho, Guineto e Beth Carvalho
A Cruz do Arlindinho marcou meu baralho
Com Sombra, Sombrinha, Aragão, Neoci e Leci
Um verso do Deni ensina
A respeitar a Jovelina
Jesus, Clementina é a voz que no céu faz um lume
Na constelação que ainda tem Clara Nunes
Geraldo Pereira, Cartola e Camunga
Teresa... Cristina Buarque
Nei Lopes, Wilson Moreira e o saudoso Alfaiate
No bate-rebate dos versos chegou Renatinho
Com Xande, Com China, com Gabrielzinho
Caciques que são os grandes partideiros
Wanderley, Rufino, Toninho Geraes
Roque, Sanfillipo e Moacyr Luz
Seu Jorge, Ana Costa, Rogê, Gabriel, Mart’Nália
Quinteto no samba e o fogo se espalha
No mundo inteiro o batuque reluz
O meu coração quer ouvir Jamelão e Roberto Ribeiro
Peguei meu pandeiro e toquei um Tantinho do velho Aniceto
Então foi chegando por perto uma rapaziada
Com a mesma receita lá da Velha Guarda
E um monte de flecha certeira no arco
Diogo, Cirano, Rafinha, João e Baiaco
Pedrinho, Moyseis, Wandinho, DiCáprio
Mingo, Inácio, Chacrinha, Café e Thybau
Tudo isso é Revelação do Fundo de Quintal
E um encontro no meio do ano vira um carnaval
Monarco é o capitão do barco que nos ensinou
Que um samba valente também é um samba de amor
Então meu eterno respeito a Buarque de Holanda
No meu coração é o samba que manda
Sem raça, sem credo, sem essa de cor
Francis, Vinicius, Dolores, Jobins e Caymmis
Não posso jamais cometer esse crime e deixar de citar
Luiz Carlos da Vila
E a vida vai dando seu jeito e firmando a corrente
Na terra e no céu tem um monte de gente
Que só fez do samba o seu ganha pão
O samba não é o meu Dom como é pro Das Neves
Mas tudo que a minha caneta escreve
Eu garanto que vem é do meu coração
Eu quase esqueci, mas do bolso tirei uma cola
Pra agradecer Paulinho da Viola,
Guilherme de Brito, Medeiros, Marçal, que emoção!
O samba não é o meu Dom como é pro Das Neves
Mas tudo que a minha caneta escreve
Eu garanto que vem é do meu coração
E tem mais um monte de gente que fez o seu nome
No samba, Elizeth, Elis e Alcione
Mostraram que a voz é que faz a canção
O samba não é o meu Dom como é pro Das Neves
Mas tudo que a minha caneta escreve
Eu garanto que vem é do meu coração
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Esse samba foi feito, e talvez não por mera coincidência, no dia do falecimento do Deni de Lima, numa porrada só, da forma como ele versava...
salve Fregonesi!
ResponderExcluirjá estive visitando o seu blog anteriormente, mas de forma rápida devido a correria do dia-dia...
mas hoje parei pra ouvir alguns de seus sambas, e esse "tudo que minha caneta escreve" é pedrada em malandro?...carregado de sentimento...
achei bacana tbm esse lance de vc contar sobre o processo de criação, citando os parceiros e as ocasiões...colocando as musicas "cruas" de forma simples e original
parabens pelo trabalho
abraço
Anderson Alves