quinta-feira, 29 de março de 2012
Sabiá Cantou
SABIÁ CANTOU
(Leandro Fregonesi / Chico Donadoni)
Sabiá cantou
Anunciando a alvorada
O sol raiou clareando a madrugada
Cada dia que nasce
É um novo recomeço
Ai, meu Deus eu agradeço
Pela fé na caminhada
O meu caminho é de ida
O meu caminho é de volta
Me refaço no abraço
De quem me vê da janela
E no fim do dia
Sabiá na cantoria
Os meus braços nos seus braços
Meu olhar nos olhos dela
Bendito louvado seja
Mais esse dia sagrado
Quando estou do seu lado
O amor não tem rotina
No firmamento o astro-rei nos abençoa
Meu Deus como a vida é boa
Nessa paz que me fascina
.
Este é um post muito especial:
Além da alegria de ter composto mais um samba com meu amigo Chico Donadoni, dei meu jeito aqui e gravei, pela primeira vez, tocando o acordeom Scandalli 120 baixos que é do meu pai. Este instrumento estava guardado há mais de 50 anos. É uma preciosidade. Vejam:
Na sua infância em Ribeirão Preto (SP), meu pai estudou 13 anos neste acordeom porque o meu avô (um homem humilde que chegou a ser menino de rua e foi acolhido por um alfaiate que, em troca de ter o menino vigiando o seu ateliê, o deixava dormir por lá e o ensinou o ofício que foi a sua primeira profissão) fez questão que todos os seus 05 filhos estudassem música.
Com isso, meu pai, que tinha apelido de Piriquito, aprendeu a tocar acordeom, formou o Trio Pirakitan (acordeom, maraca e cantor, na época do famoso Trio Irakitan), mas não levou adiante a carreira. Apenas guardou o instrumento que, por força do destino, eu roubei.
Este acordeom, portanto, além da beleza física e sonora, tem uma história de sonho, de vida e de amor à música escondida em seu fole. Foi um ex-menino de rua que o adquiriu para que seu filho pudesse ter contato com a música.
Meu avô faleceu antes de me ver nos palcos, mas tenho certeza que ele é um dos que olha por mim nessa trajetória.
Agora seu neto é músico, Vô João!
.
NOTA: Não tenho nenhuma pretensão com o acordeom, não sei tocar, apesar de saber fazer os acordes nas teclas. Por isso deixo aqui o meu respeito a todos os acordeonistas - e sanfoneiros - do Brasil. Eles é que dominam este instrumento maravilhoso.
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Que beleza, Lê! Lindo mesmo! Helena
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